Definir o valor final de um produto ou serviço é um processo trabalhoso, que leva em consideração muitos fatores e variáveis
Quem tem o próprio negócio sabe o quanto é difícil definir um bom preço para seus produtos e/ou serviços. Às vezes, por falta de conhecimento financeiro, o empreendedor passa meses até chegar num valor justo para o cliente, mas que também lhe ofereça um retorno satisfatório — se não tiver um prejuízo enorme antes disso.
É um processo trabalhoso e progressivo, mas não muito complexo, que envolve o acompanhamento contínuo da concorrência física e online, leva em consideração o custo de produção, as despesas fixas e o lucro pretendido em cada produto e/ou serviço e até o uso de um simulador de vendas na maquininha de cartão.
Além disso, também é preciso entender bem o perfil do seu consumidor, avaliando quando e como as promoções são relevantes para seu público.
A união de todos esses fatores é conhecida como precificação, e é sobre como ela deve ser feita que falaremos a seguir.
Boa leitura!
O que é preciso levar em consideração na hora de precificar suas vendas?
Sabemos que o “arroz com feijão” na hora de precificar os produtos (encontrar o preço de venda) é feito com base na soma: custo + despesas + lucro = Preço de venda.
O custo, no caso das revendas, se refere ao valor pago aos fornecedores. Se for um produto fabricado internamente, como alimentos, por exemplo, é preciso levar em consideração o valor de todos os ingredientes e outros custos de produção.
As despesas se referem ao valor gasto para vender um produto ou serviço, ou seja, todos os gastos administrativos de operação, como energia, internet, funcionários, impostos, marketing etc.
Já o lucro representa o retorno que a empresa pretende ter em cada venda de produto ou serviço.
Apesar disso, esse cálculo não é o suficiente. Ele representa somente um valor bruto, aproximado do que seria adequado na realidade. Isso porque também é preciso considerar o preço médio utilizado pela concorrência, o comportamento de consumo do público-alvo, os diferenciais de seus produtos e/ou serviços e o posicionamento da marca no nicho em que ela atua.
Além disso, também é fundamental levar em consideração o cenário econômico de cada período, tanto nacional como global. Um bom exemplo é a crise no mercado de fertilizantes devido à guerra na Ucrânia, que, por consequência, elevou os custos de produção dos alimentos e seu preço final. Dessa forma, os restaurantes tiveram de reprecificar o valor de seus produtos para conseguirem um lucro significativo e não saírem no prejuízo.
Ou seja, qualquer oscilação do mercado que afete de alguma forma os custos de produção e as despesas administrativas deve ser considerada para entender o quanto ela refletiu em um ou mais valores envolvidos em todos os estágios de um produto.
Um exemplo? Quando o combustível sobe, todo negócio que tenha logística envolvida, como entregas ou atendimento domiciliar, também precisa reprecificar suas vendas.
Como reunir todos esses valores e chegar num resultado conclusivo?
Como você viu, são muitas as variáveis que podem afetar diretamente a precificação de suas vendas. Por isso, é importante saber que existem técnicas que te ajudam a registrar esses números, reuni-los e calculá-los de forma realista e, mais importante ainda, estudar essas técnicas e conhecer as ferramentas.
Geralmente, no caso de produtos, essas técnicas consideram o custo de produção de cada unidade, incluindo o valor do tempo gasto, da hora trabalhada pelo profissional, custos fixos (aluguel, internet, água, energia etc.) e as variáveis, como a taxa da maquininha do cartão, por exemplo.
Além de todos esses pontos, também deve ser considerada a margem, ou seja, a porcentagem de ganho desejada em cada item, que deve ser o suficiente para garantir a sustentabilidade da empresa, não afastar os clientes e ainda gerar lucro para o negócio.
No caso da margem, também é preciso entender que ela muda de produto para produto, e o fator principal dessa oscilação é o volume de vendas de cada um.
Por exemplo: para produtos com pouca saída e ticket médio elevado, é interessante apostar em margens maiores. Já produtos com muita saída e ticket médio baixo, é preciso reduzir a margem, caso contrário o valor final se torna desinteressante para o consumidor.
Por sorte, com todas as ferramentas digitais que temos à disposição atualmente, você pode recorrer a aplicativos específicos para precificação e simuladores de vendas na maquininha de cartão. Além de ser muito mais fácil do que fazer no papel, essas soluções te ajudam a se manter mais organizado e alinhado com o lucro real de suas vendas.